sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Pérolas de 2017

Como tinha dito, este ano, nós, as crianças e eu, conseguimos construir uma relação muito mais verdadeira, mais sincera, e por isso mesmo, mais descontraída também. Boa parte deles solta uma pérola quase que diariamente. Isso, claro, rende, para mim, boas risadas. Resolvi, então, falar sobre este ano através destas pérolas.

Olha aí o professor apaziguando uma briga: Algumas das minhas meninas estavam brigando. Daí, falei: vamos parar com isso né... Até porque, ano que vem tá todo mundo junto de novo, mas agora no terceiro ano, vão estar mais mocinhas, lindas, tem de melhorar! Aí abraçamos, ficamos um pouquinho juntos... Daí foram embora, meio chorando, meio sorridentes, até que uma voltou e falou: profee,  acho que não vamos ficar todas juntas não... a mãe de "fulana" até agora não veio renovar a matrícula dela... vamos torcer pra não vir né profee...!

Este aqui tirou uma onda: Um dos meus guris, hoje, em pleno momento de atividade, começa cantar uma musica a plenos pulmões... lá de trás, eu, cheio de razão, retruquei: ah, cantando desse jeito já sei onde vai dar... Ele, imediatamente cai na gargalhada e me mostra o caderno, todo vitorioso - pensou q eu tava laaaaá atrás né profee... 

Minha careca é um dos assuntos preferidos deles: Um dos meus meninos passou a mão na minha cabeça: profee, tá nascendo cabelo! Tá nada Werick - retruquei...! Imediatamente ele chama mais três, que com o tato confirmam: tá nascendo sim, profee... pouquinho, mas tá!

Mais uma da minha falta de cabelo: A correria não tem me permitido passar a máquina no restinho de cabelo... uma de minhas meninas ficou me olhaaaaando e foi logo dizendo: profee, seu cabelo tá cacheando...! 

Nesta aqui sobrou até para a professora de Artes: Volta às aulas: "galera, bora fazer um tour pela escola pra descobrir o que mudou? Demos de cara com a professora de artes, de cabelo novo..." "e aí, já conseguiram notar algo diferente"? - perguntei. "o cabelo da tia Lúcia!" - gritou aquele sapeca...!

Aqui fiquei sem saber se eu era bonito ou feio: Uma das minhas gurias: "professor, domingo vi um homem parecido com o senhor"! Eu aproveito pra provocar: "bonito ou feio"? Ela, sem pestanejar: "feio..." depois, como quem se dá conta do que acabara de falar, emendou: "ele era feio, o senhor é muito mais bonito que ele...

Sobre o criador, olha só que esta daqui falou: Um dos meus sapecas, ontem, estava filosofando comigo sobre Deus... até que nos perguntamos: será que Deus ri? Ela pensou, pensou... acho que ri, profee! Soltei uma gargalhada daquelas... ah, profee, mas acho que ele não ri assim não. Ele dá só um sorrisinho, assim, bem devagarzinho mesmo!

Mais uma sobre o criador: Um dos meninos fez uma traquinagem diante de todos... meia hora depois, desequilibrou-se da cadeira e caiu... Gargalhada geral, menos pra uma das meninas, que me procurou em segredo, com os olhos arregalados: "está vendo, professor? Fez coisa errada, Deus tratou..."!

Este resolveu me ajudar numa investigação: "Estou desconfiado que este aqui colou..." pensei alto analisando umas avaliações que acabara de aplicar. Um dos meus meninos, atento a tudo, sugeriu: "olha a avaliação de quem estava na frente dele, profee. Se tiver igual é porque colou..."

Olha a lei do retorno: Hoje eu, irritado, disse aos meus guris: "quando quiser ir ao banheiro, o correto é dizer assim - professor, preciso ir AO banheiro. Não quero ouvir ninguém dizendo vou No banheiro... Passados uns 20 minutos, meu sapeca gritou: "profee, posso ir AO tomar água..."?

Este aqui só respondeu quando teve certeza: Hoje um dos meus meninos apareceu com uma camiseta do São Paulo e uma mochila do Flamengo. Intrigado, perguntei: afinal, você torce por qual dos dois? Ele me olhou, pensou bastante, senti que teve medo de errar... respondeu, então, com outra pergunta: qual o seu, profee? Flamengo, respondi... ele deu um sorrisão e emendou: "é nois" professor...

É que o silêncio incomoda, eu acho: Sabe aquela hora que a sala fica em silêncio? Aquela tranquilidade? Pois é... num desses momentos, hoje, aquele sapeca, daqui da frente, grita pra uma colega lá de trás: "Samyra!! Conta aquela do rato aí pra nós..."

Até na hora do conteúdo tem pérola: Estávamos conversando hoje sobre o que a letra R faz com o som das palavras qdo "se mete" no meio da sílaba: daí lembramos de gRelha, gRilo, pRato, gRade, etc... Até que ouvi o que já temia: fRamengo, professor!!!

Mais uma: Hoje estávamos conversando sobre o que a letra S faz com a letra E, quando vem depois. Aí as crianças foram lembrando de eScada, eStado, eScola, eStudar, eSmola... tudo muito bom, até um deles levantar e gritar com toda força - eS namorado profee...!

Esta aqui é uma das melhores: Estudando bilhete, hoje, perguntei: o que é um bilhete? É aquele papel que levamos pra casa avisando alguma coisa, respondeu uma das meninas... é aquilo que a professora escreve no caderno para avisar a mãe que a pessoa tá teimando, respondeu outro... tá, mas pra que serve, então, o bilhete, insisti... Pra prejudicar a vida da gente, respondeu, de pronto, o sapeca...!

Acho que nunca rimos tanto como nesse dia: A atividade é do sistema multiplicativo. Multiplica e divide na mesma operação. Era preciso desenhar uns pintinhos que tínhamos acabado de dividir. Todo mundo fez pintinho, o sapeca, com preguiça, fez bolinhas... que pintinho estranho é esse guri? Ralhei! Ainda estão dentro do ovo, profee...!! 

Este, só pensa naquilo: Hoje, um dos meus guris me interpelou: Profee, tem uma balinha aí? Tenho não! Respondi. Aí no seu armário tem, profee, insistiu. Tem nada, e continuei: então, como estávamos falando ontem, tem a questão no NH naquelas palavras. Alguém lembra de alguma?! BALINHA, professor! Gritou o sapeca !!! 

Vou fechar com as três mais bonitinhas do ano: O sapeca lê: Lájima...! Ele pensa, pensa, repete lájima... de repente grita: LÁGRIMA profee, LÁGRIMA...! 

Profee... vc viu que passou no globo repórter sobre o que estamos estudando da Africa? Do BAOBÁ? Lembrei do senhor...! Siiim, eu vi! Lembrei de vocês...! 

O que vocês notaram de diferente entre o filme e a peça de teatro A Bela e a Fera? 
Meu sapeca já grita: Ah, profee, queria que ele se transformasse em príncipe sem apagar a luz...!

Claro que tivemos problemas. Claro que foi um ano difícil também em muitos aspectos, mas como se vê, de muitas risadas também. Estava pensando aqui, enquanto reescrevia essas pérolas, que uma das coisas mais importantes que aprendi este ano é de que agora posso dizer com certeza que, assim como disse nossa mestra Emília Ferreiro, as crianças pensam, sim, sobre a escrita, e, se me permite, professora, acho que elas pensam sobre tudo.

Grande 2018 para todo mundo!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Um ano de atraso

Não dá para continuar de onde parei. Entrei aqui e descobri que estou a um ano sem escrever. Parece que o atropelo da vida tomou conta. Quantas vezes quis contar aqui o que me aconteceu. E aconteceram tantas coisas. Já passou um ano, mas eu lembro de cada uma delas. Não vou contar tudo, porque prometi, desde os primeiros textos, fazer um esforço para não ser cansativo. 

Mas não posso deixar de contar da minha aluna Ester. Eu já não sabia o que fazer com a indisciplina dela. Eu tentava de tudo, pensava, e nada mudava aquela menina. Um dia, depois da aula, fui até sua casa.. “oiii, sou o professor da sua filha...” a mãe me mandou entrar, a menina arregalou os olhos - O  professor veio fazer queixas, deve ter pensado... entrei, tomei café. Ao contrário do que minha assustada aluna pensou, não falei nada de negativo, tirei uns livros da mochila e dei a ela, com a recomendação de me devolver, assim que terminasse de ler. Fui embora sem saber o que aconteceria. Não sei qual foi o milagre, posso dizer apenas que nunca mais tive problemas com a Ester.

Não dá pra esquecer outro episódio que marcou a gente. Tínhamos um problema de uma mentira, que alguém da sala contou e prejudicou uma pessoa. Não sei o que me deu, chamei todos para uma oração, e, no final da aula, a verdade apareceu. Deve ter sido outro milagre. Vai saber...

Nunca mais deixo passar um ano sem escrever. Acumula, agora fica difícil para escolher o que contar. Mas não posso deixar de falar da sala de informática. Lembram-se das olimpíadas? Daquela judoca da medalha de ouro? Foi uma das coisas mais importantes que discutimos. Acho que foi uma das melhores aulas que já dei na vida.

As crianças sabem das coisas e, se for interessante, param para ouvir a gente. E as leituras em capítulos? O livro tinha muitas páginas, mas conseguimos ler praticamente tudo em alguns dias. 

Ah, tem o episódio de um menino que tivemos um problema. Puxa, como fiquei triste vendo-o naquela situação de embate comigo. Eu não sabia o que fazer, ele me enfrentava, gritava, esperneava. Nunca mais tive problemas como aquele, pois recebi, deste episódio, preciosas lições. Quero reencontra-lo um dia desses. Darei um abraço e agradecerei pelo aprendizado.

E o Ederson? Que saudade desse moleque! Sabe quando a sala fica quieta? Pois é, nessas horas ele batia na mesa e começava cantar um daqueles funk’s. As vezes eu ficava irritado, mas na maioria, achava graça. Um dia ele falou que queria ser como eu, fiquei daquele jeito, podem imaginar não é?

E a Ana Vivian? Pensa numa menina brava! Demoramos para nos entender. Depois disso, nossa relação ficou uma delícia. Uma das mais carinhosas comigo! Lembro sempre com carinho.

Estou falando, como perceberam, do ano passado, da minha turma de terceiro ano. Foi um ano difícil, eu não tinha certeza de quase nada. Inseguro em quase tudo. Mas não posso negar, jamais aprendi tanto. Existe, concretamente, um saber que só a prática é capaz de dar. Meus pequenos me ensinaram tanto, tanto... 

Errei, acertei, corrigi, apaguei, consertei muitas vezes. Pensei em sair correndo muitas vezes. Desacreditei muitas vezes. Levantei a cabeça muitas vezes também. Um dia, estava tão difícil as coisas que quase fui embora. Era meu aniversário e a sala estava daquele jeito. De repente, começaram a cantar para mim: “você é especial, quem te deu a vida destruiu a forma não fez outro igual...” pronto, desatei o nó, abraçamos, choramos, e seguimos em frente.

No final daquele ano (2016), recebi uma visita na escola. Eram os pais da Ana Vivian. Me procuraram e me disseram: “professor, viemos lhe agradecer. Nossa filha está lendo...” Nunca esqueci disso, vou levar para vida inteira.

Agora tenho outras Ana Vivian’s, percebo que aprendendo com eles, torno-me, cada dia, um professor melhor. Aprendi que para dar certo com eles, a relação tem de ser verdadeira, sem máscaras, nem mentiras. Eles não respeitam quem não se preocupa com eles. Não reconhecem como referência quem não os coloca em primeiro lugar. 

Neste ano de 2017 trabalhei com duas turmas de segundo ano. Eles, com certeza, conheceram um Jairo melhor, um professor um pouco mais experimentado, talvez por este motivo, tenhamos construído uma relação ainda mais verdadeira, e, exatamente por isso, rendeu muito mais histórias... mas isso é assunto para o próximo texto...!



terça-feira, 21 de junho de 2016

Pisando no meu chão!

Onde eu estava mesmo? Ah, lembrei... Eu fui pra sala de aula no outro dia com meu novelo de linha verde, meus formulários de avaliação diagnóstica e muita, muita fé. Mas fé não dá aula, então, neste caso, eu mesmo teria que resolver isso. A professora Dalva acompanhou-me até à sala. Apresentou-me aos alunos e saiu. Pronto, agora eram eles e eu... Ah sim, já ia me esquecendo, lá existe uma pessoa que trabalha como cuidadora de uma aluna cadeirante. Na hora pensei: “puxa, não me disseram que haveria uma pessoa adulta na sala o tempo todo”. A presença de Carmem na sala rende até hoje frutos maravilhosos, uma parceria que parece que começou faz tempo, mas este é assunto para outro texto.
Fiz, com eles, a atividade com o barbante. Era pra que se apresentassem e dissessem um sonho na vida, no futuro... Levei um susto, muitos deles querem ser policiais. Anotei aquilo, achei que outra hora poderia precisar daquela informação. Em seguida, cantei com uma música com eles e partimos para construirmos juntos, as regras da nossa sala. Eles participaram razoavelmente bem, o que me deixou bastante animado. Apliquei as avaliações diagnósticas de português e matemática.
Este foi um dia interessante. Eles me olhavam com desconfiança, mas acho que eu também os olhava do mesmo modo. Não! Eu estava mais desconfiado que eles. E os outros alunos das outras turmas, então? Achavam que eu era professor de educação física. Um dos meus alunos ao ser questionado no corredor, respondeu: Não, ele não é professor de educação física. Ele é professor mesmo! Anotei aquilo também. É importante, pensei.
Nesta escola reencontrei a professora Patrícia, uma colega dos tempos da graduação. Junto comigo entraram também mais três colegas da UFMT, além de outros profissionais de outras áreas. Isso é bom, inferi, assim dividimos o foco. Acho que consegui, pelo menos não vejo aqueles olhares, sabe... Por falar nisso, meus colegas tratam-me com cordialidade e respeito. A coordenadora Dalva me ajuda muito. Tenho nela respaldo suficiente para permanecer tranquilo. No que tenho precisado, a gestão da escola tem respondido adequadamente.
Feito as avaliações diagnósticas eu tinha agora um grande desafio; tabular e fazer um relatório. É aí que entra em cena uma pessoa que nem vou arriscar adjetiva-la, pois certamente cometerei injustiças. Lembram-se da Vanesa? Então, ela sugeriu que procurássemos, na UFMT, a nossa professora da graduação, a Ana Lúcia. Marcamos um encontro e fomos, Vanesa e eu, encontrar com a professora. Desse encontro eu tinha expectativa de receber algumas orientações apenas. Não foi isso que aconteceu, pelo contrário, ela nos recebeu em sua sala e depois de me ouvir atentamente disse assim: sente-se aí, vamos tabular sua avaliação diagnóstica, juntos. Ficamos juntos por mais quatro horas, pelo menos. De lá, saí com meu relatório pronto, dezenas de materiais, desde caixa de fósforos até livros para subsídio teórico, além, é claro, da certeza de que poderia contar com ela sempre que necessário. Ah, marcamos também em nos encontrar uma vez por semana. Desses encontros estou colhendo preciosas lições, não só pedagógicas, mas para a vida, mas isto é assunto para outro momento.
De relatório na mão, parti para construir meu plano de curso. Precisei revisitar as modalidades organizativas para organizar minha rotina. Isto foi, sem dúvida, mais uma aventura, que pretendo contar na próxima semana...




domingo, 12 de junho de 2016

Parece que foi de repente, mas só parece...!

Já trabalhei como auxiliar de mecânico de ar condicionado, servente de pedreiro, balconista de supermercado, porteiro de condomínio... Enfim, já fui muita coisa, mas nada, nada mesmo que pudesse parecer com professor de crianças. Pedagogia? Fui fazer porque foi o curso que minha nota do ENEM permitiu. Mas, quem me conhece sabe que este tempo na UFMT, de 2011 a 2014, foram os anos mais interessantes da minha vida. Ainda assim, pensava, vou fazer qualquer coisa pra escapar dos pequenos. Crianças?  Deus me livre! Vou batalhar para dar aula na educação superior. Claro que este sonho ainda está aqui, guardado, mas por enquanto deixa isso quieto, não quero cansar vocês...
Então, a graduação acabou e veio esse “concursão” da prefeitura de Cuiabá. Vou lá fazer, tá todo mundo fazendo e não vou pagar nada mesmo... A história deste concurso todo mundo sabe, entre sacanagens e covardias da prefeitura/FGV acabei sendo um dos 187 sobreviventes que conseguiram aprovação. No dia de escolher a escola deixei meu coração decidir, e ele me levou à EMEB Clóvis Hugueney Neto, uma escola novinha em folha aqui no bairro Altos do Parque.
Até então, minha única experiência com crianças tinha sido no estágio, sim, aqueles mesmo do Tereza Lobo que ficaram conosco (Sofia e eu) durante algumas poucas semanas. Amanhã, quero todo mundo na escola, trabalhando, disse veementemente a representante da secretaria de educação. Senhor da glória, o que faço agora? Corri pedindo socorro a uma pessoa querida, a Vanesa. Sentamos, conversamos, reviramos arquivos, fuçamos orientações da SME, do PNAIC, do TRILHAS. Discutimos, escrevemos e fomos, juntos, com meu termo de posse me apresentar à escola. Chegamos. Apresentei-me à diretora, professora Vandelice, que me apresentou também a coordenadora pedagógica, professora Dalva.
Na minha ingenuidade, achava que a professora da minha turma ainda estaria lá no outro dia, me entregaria os planejamentos, ficaria comigo uns dias, para só depois, eu ficar sozinho. Ledo engano. Nesta conversa com a gestão descobri uma coisa que me deixou em pânico. A outra professora já havia sido dispensada, então, no outro dia, pela manhã, a turminha estaria me esperando. Claro que fiz cara de quem era a pessoa mais segura deste mundo, afinal, não poderia dar pinta. Porém, minha vontade era sair correndo dali.
Não corri, fui pra casa, dormi pouco. No outro dia fui conhecer meus alunos. Obviamente, não tinha ideia de como eram os rostinhos deles. Na mochila, eu carregava minhas canetas, meu caderno, um novelo de linha verde e os formulários para avaliação diagnóstica, além de insegurança, receio, curiosidade, mas ao mesmo tempo, muita, muita fé...

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Salvo pelo Cocar de Damião!

Já que não foi DISPONIBILIZADO um momento ou um formulário de avaliação do Seminário de Educação 2013, segue minhas considerações sobre o evento:

O SEMIEDU 2013 recebeu   do cacique Damião Xavante da Terra Indígena Marãiwatsédé o símbolo máximo de sua cultura – O COCAR! Ainda bem.

Os NOVE eventos paralelos fragmentaram o evento e esvaziaram os GT’s. Pelo menos recebemos o COCAR!

Pela sua grandeza, o SEMIEDU não pode servir apenas de palco para apresentação de relatos de pesquisas INACABADAS ou INCONCLUSAS. Apesar disso, Damião nos entregou seu COCAR!

Considerando a quantidade de comunicações orais disponibilizadas nos GT’s e o tempo de cada apresentação, pareceu-nos que, em detrimento da socialização do conhecimento, houve uma maior preocupação com a certificação. Ainda assim, recebemos o PRESENTE de Damião.

O protagonismo do INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ficou comprometido, já que os excessivos eventos paralelos se espalharam por outros espaços, dificultando inclusive o acesso dos participantes. O COCAR do cacique está conosco!

Apesar do tema (Des)colonialidade, o que mais se ouviu no lançamento das 22 obras da EdUFMT foram os pronomes de tratamento e menção ao grau de titulação acadêmica. Que bom que Damião nos entregou o COCAR!


Que a entrega deste símbolo tão importante para os POVOS INDÍGENAS não seja transformada num mero ritual. Que nossas ações daqui pra frente correspondam às expectativas de Damião e seu povo. Que os próximos organizadores do SEMIEDU vençam as vaidades dos diversos grupos da instituição e se articulem em prol de um evento que não fuja jamais de sua essência - um SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO.

domingo, 31 de março de 2013

O CRISTO QUE RENASCE!

       Hoje é DIA DA PÁSCOA. São múltiplos os significados, pois as diversas culturas espalhadas pelo mundo se apropriaram a seu modo, deste evento originalmente judaico.
Nasci em uma família cristã protestante. Aprendi a comemorar este dia como sendo aquele em que Jesus Cristo ressurge da morte para a vida eterna. Dia de alegria, renovação espiritual, comunhão, sobretudo, de renovação das forças e esperanças.
Venho refletindo há algum tempo sobre a vida. Mais precisamente sobre a vida de Jesus. Qual o seu legado? O que de fato este homem deixa de importante para nossa vida?
Conferindo sua vivencia através dos evangelhos, suas reflexões e parábolas, algo fica evidente: O Mestre pretendia que os homens refletissem... Pensassem... Analisassem. Questionassem o que estava posto, acabado, formatado. Queria que o Pai se manifestasse aos homens, não pelos ritos, mas pela reflexão. Denunciou as práticas de aprisionamento de consciências pelos discursos vazios e rituais sem sentido.
Apresentou um modo de viver que remete ao projeto inicial do criador, ou seja, que todos vivam juntos, em comunhão, onde, obviamente, não haja espaço para a exploração.
Indicou um caminho que leva ao Pai, não pelas mãos de uma religião interesseira que tem seu fim em sim mesma, pelo contrário, declarou que justamente quando o indivíduo consegue enxergar o outro, como sendo ele mesmo, a comunhão se instala, a paz acontece, o Pai se manifesta.
Considerando a ética do sistema de organização de sociedade vigente, a que se considerar como urgente a ressurreição, não do cristo homem, mas de seus ideais, seu ensinamento e seu exemplo.
          Viva, Jesus Cristo! Viva!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O DEBATE QUE FALTOU!!!


             Li outro dia na coluna de um conceituado cientista político num jornal de grande circulação em Mato Grosso, sobre as eleições em Cuiabá, especialmente dos postulantes ao cargo de prefeito. A crítica do nosso articulista se deu em função do que chamou de falta de propostas, o que segundo ele, comprometeu a qualidade dos programas eleitorais dos dois candidatos que polarizam a eleição na capital.
             Assisto aos programas diariamente, e me arrisquei a discordar do nosso antenado comentarista político. Ora! Proposta não faltou! Nos seus pronunciamentos diários na televisão os candidatos apresentam solução pra tudo... Poderia detalhar aqui as proposições para as diversas áreas, mas não é isso que pretendo.O que faltou na minha modesta opinião é outra coisa. Segue então, algumas perguntas:
-Por que o pronto socorro que já existe não funciona a contento?
-Por que o atendimento nas unidades de saúde é precário?
-Por que não há plantonistas nas unidades de saúde, como propõe o quadro mural?
-Por que as policlínicas não são capazes de atender a população?
-Por que as escolas estão apresentando baixo indice de Ideb?
-Por que as unidades escolares operam precariamente?
-Por que... Por que... e Por que...?
             Penso que antes de proporem ampliação, construção de novos prédios e unidades, é preciso uma profunda análise das questões que potencializam o não funcionamento da estrutura que já existe.
É preciso afiar o bico e romper passagem, pois a portinha da gaiola jamais se abrirá sozinha!!