terça-feira, 21 de junho de 2016

Pisando no meu chão!

Onde eu estava mesmo? Ah, lembrei... Eu fui pra sala de aula no outro dia com meu novelo de linha verde, meus formulários de avaliação diagnóstica e muita, muita fé. Mas fé não dá aula, então, neste caso, eu mesmo teria que resolver isso. A professora Dalva acompanhou-me até à sala. Apresentou-me aos alunos e saiu. Pronto, agora eram eles e eu... Ah sim, já ia me esquecendo, lá existe uma pessoa que trabalha como cuidadora de uma aluna cadeirante. Na hora pensei: “puxa, não me disseram que haveria uma pessoa adulta na sala o tempo todo”. A presença de Carmem na sala rende até hoje frutos maravilhosos, uma parceria que parece que começou faz tempo, mas este é assunto para outro texto.
Fiz, com eles, a atividade com o barbante. Era pra que se apresentassem e dissessem um sonho na vida, no futuro... Levei um susto, muitos deles querem ser policiais. Anotei aquilo, achei que outra hora poderia precisar daquela informação. Em seguida, cantei com uma música com eles e partimos para construirmos juntos, as regras da nossa sala. Eles participaram razoavelmente bem, o que me deixou bastante animado. Apliquei as avaliações diagnósticas de português e matemática.
Este foi um dia interessante. Eles me olhavam com desconfiança, mas acho que eu também os olhava do mesmo modo. Não! Eu estava mais desconfiado que eles. E os outros alunos das outras turmas, então? Achavam que eu era professor de educação física. Um dos meus alunos ao ser questionado no corredor, respondeu: Não, ele não é professor de educação física. Ele é professor mesmo! Anotei aquilo também. É importante, pensei.
Nesta escola reencontrei a professora Patrícia, uma colega dos tempos da graduação. Junto comigo entraram também mais três colegas da UFMT, além de outros profissionais de outras áreas. Isso é bom, inferi, assim dividimos o foco. Acho que consegui, pelo menos não vejo aqueles olhares, sabe... Por falar nisso, meus colegas tratam-me com cordialidade e respeito. A coordenadora Dalva me ajuda muito. Tenho nela respaldo suficiente para permanecer tranquilo. No que tenho precisado, a gestão da escola tem respondido adequadamente.
Feito as avaliações diagnósticas eu tinha agora um grande desafio; tabular e fazer um relatório. É aí que entra em cena uma pessoa que nem vou arriscar adjetiva-la, pois certamente cometerei injustiças. Lembram-se da Vanesa? Então, ela sugeriu que procurássemos, na UFMT, a nossa professora da graduação, a Ana Lúcia. Marcamos um encontro e fomos, Vanesa e eu, encontrar com a professora. Desse encontro eu tinha expectativa de receber algumas orientações apenas. Não foi isso que aconteceu, pelo contrário, ela nos recebeu em sua sala e depois de me ouvir atentamente disse assim: sente-se aí, vamos tabular sua avaliação diagnóstica, juntos. Ficamos juntos por mais quatro horas, pelo menos. De lá, saí com meu relatório pronto, dezenas de materiais, desde caixa de fósforos até livros para subsídio teórico, além, é claro, da certeza de que poderia contar com ela sempre que necessário. Ah, marcamos também em nos encontrar uma vez por semana. Desses encontros estou colhendo preciosas lições, não só pedagógicas, mas para a vida, mas isto é assunto para outro momento.
De relatório na mão, parti para construir meu plano de curso. Precisei revisitar as modalidades organizativas para organizar minha rotina. Isto foi, sem dúvida, mais uma aventura, que pretendo contar na próxima semana...




Nenhum comentário:

Postar um comentário